sexta-feira, 25 de junho de 2010

" EDU LOBO "


Eduardo de Góis Lobo, conhecido como Edu Lobo,
(Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1943) é um cantor,
compositor, arranjador e instrumentista brasileiro.

Filho do compositor Fernando Lobo, começou na música tocando acordeão, mas acabou se interessando pelo violão, contra a vontade do pai. Iniciou a carreira nos anos 60 fortemente influenciado pela bossa nova, quando então numa parceria com Vinicius de Moraes, compôs Só Me Fez Bem. Porém, com o decorrer do tempo adotou uma postura mais político-social, refletindo os anseios da geração reprimida pelo ditadura militar brasileira. Nesta fase surgiu uma parceria com Ruy Guerra e as composições engajadas Canção da Terra, Reza e Aleluia.
Ao mesmo tempo em que participava de vários festivais de música popular, obtendo o primeiro prêmio em 1965 como Arrastão (com Vinicius de Moraes) e em 1967 com Ponteio (com Capinam), Edu dedica-se a compor trilhas para espetáculos teatrais,
entre eles o histórico Arena Conta Zumbi, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri.
Depois de uma temporada nos Estados Unidos, Edu volta ao Brasil e retoma várias parcerias, entre elas a com Chico Buarque, e compõem a música de novas peças e balés.

O Grande Circo Místico

Pensado originalmente para o ballet teatro, do Balé Teatro Guaíra, e inspirado no poema homônimo do parnasianista/ modernista Jorge de Lima (da obra A Túnica Inconsútil, 1938), o espetáculo estreou em 1983, mesclando música, balé, ópera, circo, teatro e poesia. Tamanho o sucesso, originou uma turnê de dois anos pelo país, assistida por mais de duzentas mil pessoas, em quase duzentas apresentações. Consagrou umas das mais completas obras já apresentadas no país, lotando o Maracanãzinho e o Coliseu dos Recreios, em Lisboa. As canções foram interpretadas por Milton Nascimento, Gal Costa, Simone, Gilberto Gil, Zizi Possi, entre outros.
O disco coletivo foi lançado pela Som Livre.

Nordeste já

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação especial diminuta, no coro da uma versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Premiação

O disco Meia-noite recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco de música popular brasileira do ano de 1995. O disco Cambaio, gravado com Chico Buarque, recebeu o Grammy Latino de melhor álbum de MPB em 2002.

Canções em destaque

Ponteio (com Capinam])
Arrastão (com Vinicius de Moraes)
Upa, Neguinho (com Gianfrancesco Guarnieri)
O Circo Místico (com Chico Buarque)
Choro Bandido (com Chico Buarque)
Beatriz (com Chico Buarque)
Pra Dizer Adeus (com Torquato Neto)
Aleluia (com Ruy Guerra)
Lero Lero (com Cacaso)

Discografia

1.Eduardo Lobo - Compacto Duplo - 1962 Gravadora: Copacabana
2.A música de Edu Lobo Por Edu Lobo - 1965 - Arranjos: Edu Lobo / Luis Eça Gravadora: Elenco
3.Edu canta Zumbi - 1965 - Arranjos: Guerra Peixe
4.Edu & Bethania - Edu Lobo / Maria Bethania - 1966 Gravadora: Elenco
5.Reencontro - Sylvia Telles / Edu Lobo / Trio Tamba / Quinteto Villa-Lobos - 1966
6.Edu - Edu Lobo - 1967 Gravadora: Philips
7.From the hot afternoon - Paul Desmond - 1969 - Arranjos: Don Sebesky
8.Sérgio Mendes presents Lobo - Edu Lobo - 1970 - Arranjos: Edu Lobo / Sergio Mendes
9.Cantiga de longe - Edu Lobo - 1970 - Arranjos: Hermeto Paschoal / Edu Lobo Gravadora: Elenco
10.Missa Breve - Edu Lobo / Milton Nascimento - 1972 - Arranjos: Edu Lobo Gravadora: EMI Odeon
11.Deus lhe pague - Varios / Several - 1976 - Arranjos: Lindolfo Gaya Gravadora: EMI ODEON
12.Limite das águas - Edu Lobo - 1976 - Arranjos: Edu Lobo / Mauricio Maestro Gravadora: Continental
13.Camaleão - Edu Lobo - 1978 - Arranjos: Edu Lobo / Mauricio Maestro / Dori Caymmi Gravadora: Philips
14.Tempo presente - Edu Lobo - 1980 - Arranjos: Edu Lobo / Dori Caymmi Gravadora: Polygram
15.Edu & Tom - Edu Lobo / Tom Jobim - 1981 - Arranjos: Edu Lobo / Tom Jobim Gravadora: Polygram
16.Jogos de Dança - 1981 - Arranjos: Edu Lobo
17.O Grande Circo Místico - Milton Nascimento / Jane Duboc / Gal Costa / Simone / Gilberto Gil / Tim Maia / Zizi Possi / Chico Buarque / Edu Lobo - 1983 - Arranjos: Chiquinho de Moraes / Edu Lobo Gravadora: Som Livre
18.Dança da Meia Lua - Edu Lobo - 1985 Gravadora: Sigla
19.O Corsário do Rei - Fagner / Edu Lobo / ChicoBuarque / Blitz / Gal Costa / MPB4 / Nana Caymmi / Lucinha Lins / Tom Jobim / Zé Renato / Claudio Nucci / Ivan Lins / Marco N - 1985 - Arranjos: Chico de Moraes / Eduardo Souto Neto - arranjos vocais: Mauricio Maestro Gravadora: Som Livre
20.Rá-Tim-Bum - Boca Livre, Caetano Veloso, Joyce, Maíra, Quarteto Quatro por Quatro, Ze Renato, Edu Lobo, Jane Duboc, Rosa Maria - 1989 - Arranjos: Cristóvão Bastos / Chico de Moraes
21.Corrupião - Edu Lobo - 1993 - Arranjos: Edu Lobo Gravadora: Velas
22.Meia Noite - Edu Lobo, Dori Caymmi - 1995 - Arranjos: Cristovão Bastos Gravadora: Velas
23.Songbook Edu Lobo - Varios / Various - 1995 Gravadora: Lumiar Discos
24.Álbum de Teatro - 1997 - Arranjos: Chico de Moraes, Cristovão Bastos, Eduardo Souto Neto, Nelson Ayres, Paulo Bellinati Gravadora: BMG
25.Cambaio - Edu Lobo / Chico Buarque / Gal Costa / Lenine / Zizi Possi - 2002

quarta-feira, 16 de junho de 2010

" FAGNER "


Raimundo Fagner Cândido Lopes (Orós, 13 de outubro de 1949)
é um cantor, compositor, instrumentista, ator e produtor brasileiro.
Mais jovem dos cinco filhos de José Fares, imigrante libanês, e Dona Francisca, Fagner nasceu na capital cearense, embora tenha sido registrado no município de Orós.

Primeiros Anos



Raimundo Fagner nasceu em 13 de Outubro de 1949 foi registrado na cidade de Orós, no interior do Ceará. Foi batizado em 27 de Dezembro na Igreja do Carmo em Fortaleza. Aos seis anos ganhou um concurso infantil na rádio local, cantando uma canção em homenagem ao dia das mães. Na adolescência, formou grupos musicais vocais e instrumentais e começou a compor suas próprias músicas. Venceu em 1968 o IV Festival de Música Popular do Ceará com a música "Nada Sou", parceria sua com Marcus Francisco. Tornou-se popular no estado em 1969, após comparecer em programas televisivos de auditório na TV Ceará, e juntou-se a outros compositores cearenses como Belchior, Jorge Mello, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra, o grupo ficou conhecido como "o pessoal do Ceará".



Também no ano de 1969, após ganhar o 'I Festival de Música Popular do Ceará - Aqui no Canto', Fagner saiu em excursão junto com o grupo de música e teatro do Capela Cistina, foram para Buenos Aires de ônibus, a viagem durou 45 dias de estrada.
A carreira nacional deste nordestino começava de forma bastante imprevisível. Mudou-se para Brasília em 1970 para estudar arquitetura, participou do Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília com "Mucuripe" (parceria com Belchior), e classificou-se em primeiro lugar.



No mesmo festival, recebeu menção honrosa e prêmio de melhor intérprete com "Cavalo Ferro" (parceria com Ricardo Bezerra) e sexto lugar com a música "Manera Fru Fru, Manera" (também com Ricardo Bezerra). A partir de então, Fagner consegue despertar a atenção da imprensa do Sudeste, sendo suas canções intensamente executadas nos bares da capital do país.

Anos 1970



Em 1971 gravou seu primeiro compacto simples em parceria com outro cearence, Wilson Cirino. Foi lançado pela gravadora RGE, e não fez grande sucesso. O Objetivo da gravadora era bater o sucesso de cantores como Antônio Carlos e Jocafi. Ainda em 71 foi para o Rio de Janeiro, onde Elis Regina gravou "Mucuripe", que se tornou o primeiro sucesso de Fagner como compositor e também como cantor, pois gravou a mesma música em um compacto da série Disco de Bolso, que tinha, do outro lado, Caetano Veloso interpretando "A Volta da Asa Branca". O primeiro LP, Manera Fru Fru, Manera, veio em 1973 pela gravadora Philips, incluindo "Canteiros", um de seus maiores sucessos, música sobre poesia de Cecília Meireles. O disco teve participação de Bruce Henri – contra-baixista nascido em Nova Iorque e radicado no Brasil, tendo integrado a banda de Gilberto Gil– Naná Vasconcelos e Nara Leão. Apesar de tudo, o Disco vendeu apenas 5 mil cópias, e foi retirado de catálogo, e só foi relançado em 1976. O cantor fez, também em 1973, a trilha sonora do filme "Joana, a Francesa", que o levou à França, onde teve aulas de violão flamenco e canto. De volta ao brasil, gravou no ano de 1975 seu segundo álbum de estúdio, titulado "Ave Noturna", e foi lançado pela gravadora Continental. O disco atingiu um sucesso considerável de vendas, e pela primeira vêz, Fagner teve uma de suas canções na trilha sonora de uma novela, "Beco dos Beleiros", de Petrício Maia e Brandão, na novela "Ovelha Negra" da TV Tupi. Ainda pela gravadora Continental, gravou um compacto simples ao lado de Ney Matogrosso. Em seu terceiro disco, pela gravadora CBS (Sony Music), titulado apenas Raimundo Fagner, que foi um sucesso em vendas, na primeira semana foram vendidos mais de 40 mil exemplares, os arranjos bem elaborados, e a qualidade de gravação, fez do álbum um dos melhores do ano de 1976, este álbum marcava a entrada de Fagner aos repertórios românticos. Ao mesmo tempo grava músicas de sambistas, como "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola. Outros trabalhos, como seu quarto disco, Orós de 1977, disco que teve arranjos e direção musical de Hermeto Pascoal, demonstram uma atitude mais vanguardista e menos preocupada com o sucesso comercial. Fechando a década de 1970, lançou mais dois discos: Eu Canto (1978) com outro poema de Cecília Meireles – "Motivo", musicado por Fagner e sem os créditos da poetisa; e Beleza (1979). Fagner foi considerado pelos leitores da Revista Playboy, o melhor cantor do ano de 1979, em segundo lugar ficou Roberto Carlos.

Anos 1980



Nos anos 1980 fagner manteve o lado nordestino, e se dividia ao mesmo tempo com o romantismo. O primeiro LP dos anos 1980 foi Eternas Ondas, que teve na parte instrumental Zé Ramalho, Dominguinhos, Naná Vasconcelos, e muitos outros. Neste mesmo disco, Fagner fez uma versão, com ajuda de Frederico Mendes, do clássico de John Lennon e Yoko Ono "Oh My Love", do álbum Imagine de 1971. Aproveitando o auge de Fagner em sua carreira, a gravadora Continental lançou o disco Juntos - Fagner e Belchior, uma compilação que continha faixas do disco Ave Noturna, o único de Fagner lançado pela Continental. A Polydor, por sua vez, recolocou para venda o disco Manera Fru Fru Manera. Em 1981, Fagner gravou o álbum Traduzir-se um grande marco em sua carreira . O Disco foi lançado em toda a Europa e América Latina, vendeu mais de 250 mil exemplares em pouco tempo, e recebeu disco de platina. Também em 1981, lançou um álbum em espanhol, um antigo sonho de carreira. Em 1982 lançou Sorriso Novo, que tinha como canções, poemas de Fernando Pessoa e Florbela Espanca musicados por Fagner. Em 1983 gravou Palavra de Amor, que teve participação do grupo Roupa Nova, e Chico Buarque. Nos anos seguintes, gravou os discos A Mesma Pessoa e Semente,os [últimos com a gravadora CBS. Ao lado da Banda Blitz, Gonzaguinha e outros, Fagner participou do 12º Festival Mundial da Juventude, realizado entre julho e agosto de 1985, em Moscou. Em 1986 lançou seu primeiro disco pela gravadora RCA, com o nome de Fagner - A lua do Leblon, o disco superou a marca de 300 mil cópias vendidas. Em 1987, Fagner lançou mais um disco: Romance no Deserto (título em português de uma canção composta e gravada por Bob Dylan no álbum Desire). Este disco superou a marca de 1 milhão de cópias vendidas, e foi lançado também nos Estados Unidos da América, imporado pela BMG music/Nova Iorque; as canções "Deslizes" e "À Sombra de Um Vulcão" ficaram por mais de 700 dias entre as mais tocadas do Brasil O último disco da década, O Quinze, décimo quinto disco da carreira de Fagner, recebeu o Prêmio Sharp de melhor álbum do ano.

Anos 1990



O primeiro álbum da década, Pedras Que Cantam de 1991 teve como primeira canção de trabalho "Borbulhas de Amor", que tornou-se imediatamente sucesso nacional. O disco recebeu disco de platina tripla por vender 750 mil exemplares, e as canções "Borbulhas de Amor", "Pedras Que Cantam" e "Cabecinha no Ombro" ficaram durante oito meses nos primeiros lugares nas rádios do Brasil. Fagner passou dois anos sem lançar um disco novo. Foram vinte meses de preparo até que o disco Demais fosse lançado em maio de 1993. O disco revive os principais temas da Bossa Nova, com versões de canções de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Dorival Caymmi. No ano seguinte lançou o disco Caboclo Sonhador, desta vez com clássicos do forró, com versões de canções de Dominguinhos, Luiz Gonzaga e vários outros. O disco não possui nenhuma canção de sua autoria. Em 1995 fixou moradia em Fortaleza, e lançou mais um álbum: Retratos. O álbum recuperou canções do fim dos anos 1970, ainda não gravadas por Fagner. O vigésimo álbum de sua carreira foi lançado em 1996 com o título de Pecao Verde. neste mesmo ano, Fagner completava 23 anos de carreira artística. O último disco da década de 1990 foi Terral, que não possuia nenhuma canção de sua autoria.

Anos 2000



Em 2001, gravou o álbum que tem o título apenas de Fagner. Tem canções em parceria com Zeca Baleiro, Fausto Nilo, Abel Silva e Cazuza. A parceria de Fagner e Zeca Baleiro rendeu uma série de shows pelo Brasil. Em 2004, pela Indie Records, Fagner lançou o álbum Donos do Brasil. O Penúltimo disco lançado por Fagner foi Fortaleza, em 2007.Posteriormente lançou "Uma canção no Rádio" em 2009.
Em 2007 em entrevista a revista QUEM, Fagner assume que já teve relacionamentos com homens. Questionado quanto a ser bissexual ele deixa claro que não gosta de rotuloS.

Discografia Estúdio

1973 - Manera Fru Fru, Manera
1975 - Ave Noturna
1976 - Raimundo Fagner
1977 - Orós
1978 - Eu Canto - Quem Viver Chorará
1979 - Beleza
1980 - Eternas Ondas
1981 - Traduzir-se
1982 - Sorriso Novo
1983 - Palavra de Amor
1984 - A Mesma Pessoa - Cartaz
1985 - Deixa Viver
1986 - Fagner - Lua do Leblon
1987 - Romance no Deserto
1989 - O Quinze
1991 - Pedras que Cantam
1993 - Demais
1994 - Caboclo Sonhador
1995 - Retrato
1996 - Pecado Verde
1997 - Terral
2001 - Fagner
2004 - Donos do Brasil
2007 - Fortaleza
2009 - Uma Canção no Rádio

Outros

1981 - Raimundo Fagner Canta en Español
1991 - Fagner en Español
1993 - Uma Noite Demais - Ao Vivo no Japão
1998 - Amigos e Canções
2000 - Ao Vivo
2002 - Me Leve (ao vivo)
2003 - Fagner & Zeca Baleiro

" BELCHIOR "


Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (Sobral, 26 de outubro de 1946)
é um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.
Durante sua infância no Ceará foi cantador de feira e poeta repentista.
Estudou música coral e piano com Acaci Halley. Foi programador de rádio em Sobral, e em Fortaleza começou a dedicar-se à música, após abandonar o curso de medicina. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.
De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.
Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais (depois regravadas por Elis Regina) e Apenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa), Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues) e Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon) gravada por ele e pela cantora Bianca. Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vicio elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.

Em 2009, a Rede Globo noticiou um suposto desaparecimento do cantor.
Segundo a Globo, o cantor havia sido visto pela última vez em Abril de 2009, ao participar de um show do cantor tropicalista baiano Tom Zé, realizado em Brasília.Turistas brasileiros afirmam terem-no encontrado no Uruguai em julho do mesmo ano.As suspeitas foram confirmadas quando Belchior foi encontrado no Uruguai, de onde concedeu entrevista para o programa Fantástico, da Rede Globo.Na entrevista, o cantor revelou não haver desaparecido e estar preparando, além de um disco de canções inéditas, o lançamento de todas as suas canções também em espanhol.

Discografia

1971 - Na Hora do Almoço (Copacabana - Compacto)
1974 - Mote e Glosa (Continental - LP)
1976 - Alucinação (Polygram - LP/CD/K7)
1977 - Coração Selvagem (Warner - LP/CD/K7)
1978 - Todos os Sentidos (Warner - LP/CD/K7)
1979 - Era uma Vez um Homem e Seu Tempo / Medo de Avião (Warner - LP/CD/K7)
1980 - Objeto Direto (Warner - LP)
1982 - Paraíso (Warner - LP)
1984 - Cenas do Próximo Capítulo (Paraíso/Odeon - LP)
1987 - Melodrama (Polygram - LP/K7)
1988 - Elogio da Loucura (Polygram - LP/K7)
1993 - Bahiuno (MoviePlay - CD)
1996 - Vício Elegante (Paraíso/GPA/Velas - CD)
1999 - Auto-Retrato (BMG - CD)
1999 - Alucinação

" EDNARDO "


Ednardo é o nome artístico do cantor e compositor brasileiro,
nascido no Ceará, José Ednardo Soares Costa Sousa
(Fortaleza, 17 de abril de 1945).
Iniciou a carreira na década de 1970 ao lado de seus conterrâneos Fagner, Belchior e Amelinha. Ednardo é compositor e autor de mais de trezentas e cinquenta obras e canções, entre as quais a canção "Pavão Mysterioso", tema da novela Saramandaia. Letra e música composta no tempo da repressão e ditadura militar no Brasil. Gravada em 1974 e o grande público teve conhecimento em 1976, após a música ser incluida como abertura da novela Saramandaia. Esta música possui mais de 20 regravações, é considerada sagrada pelos índios do Xingu nos rituais religiosos, tem regravações na Europa orquestrada por Paul Mauriat; por grupos chilenos—Inti-Aymará e Nacha --, por Elba Ramalho, Ney Matogrosso, por bandas de rock e maracatu, e muitos outros.
A composição seria mais tarde adotada como hino do orgulho GLS.
Também utilizada por outros tantos como hino à liberdade, a beleza humana e sua capacidade de realizar a vida acima das aparentes impossibilidades.
Todos estes fatos ampliam a música em todos parâmetros e a coloca como uma das fundamentais na obra de Ednardo, junto a outras,
tais como: "Terral", "Ingazeiras", "Beira-Mar", "Artigo 26", "Enquanto Engoma a Calça", "Longarinas", "Ímã", "A Manga Rosa", "Flora", "Carneiro" etc, formando um precioso conjunto de obras deste artista.
Ednardo é casado com Rosane Limaverde com quem tem quatro filhos:
Joana Limaverde, Júlia, Gabriel e Daniel.

Discografia Álbuns Solo

1974 - O Romance do Pavão Mysteriozo
1976 - Berro
1977 - O Azul e o Encarnado
1978 - Cauim
1979 - (Sem título)
1980 - Ímã
1982 - Terra de Luz
1983 - (Sem título)
1985 - Libertree
2000 - Única Pessoa

Álbuns em colaboração

1973 - Ingazeiras (com Rodger Rogério e Tetis)
1980 - Massafeira (com vários intérpretes)
2002 - Pessoal do Ceará (com Belchior e Amelinha)

Trilhas Sonoras

1994 - O Calor da Pele (Trilha de Cinema)
1991 - Ceará Quatro Estações (Vídeo)
1987 - Luzia Homem (Trilha de Cinema)
1985 - Tigipió (Trilha de Cinema)
1982 - Ednardo Especial (Vídeo)
1980 - PUTZ, A Menina que Buscava o Sol (Trilha de Teatro)
1978 - Cauim (Trilha de Cinema)
1976 - Cidade dos Artesões (Trilha de Teatro)

" QUARTETO EM CY "


Quarteto em Cy é o nome de um grupo vocal brasileiro formado inicialmente pelas irmãs Cybele, Cylene, Cynara e Cyva. Com o apoio de Vinícius de Moraes,
iniciaram a carreira em 1964 com apresentações em boates do Rio de Janeiro.
No final da década de 60 o grupo alcançou êxito internacional sob o título
The Girls From Bahia tendo passado por mudanças em sua composição original. Neste período atuaram no quarteto as cantoras Semíramis, Regina e Sonya.



Após um breve hiato o grupo volta às atividades - em 1972 - com as cantoras: Cyva, Cynara, Dorinha e Sonya. Em 1980 Dorinha se afasta por motivos de saúde e é substituida por Cybele, estabelecendo uma formação que se mantém até hoje.
As vozes do grupo transitaram por notáveis compositores da música brasileira, como Vinícius de Moraes, Dorival Caymmi, Chico Buarque, Tom Jobim e tantos outros.
Seus registros fonográficos foram lançados em mais de 30 discos—tanto no Brasil quanto no exterior.
Com uma carreira sólida e inabalável por mais de quarenta anos, o Quarteto em Cy se mantém como um dos mais notáveis e expressivos grupos vocais da história da MPB.

" MPB 4 "


O MPB4 é um grupo vocal e instrumental brasileiro formado em Niterói,
Rio de Janeiro, a partir de 1965. A primeira formação contou com Miltinho
(Milton Lima dos Santos Filho, Campos dos Goytacazes, 18 de outubro de 1943), Magro (Antônio José Waghabi Filho, Itaocara, RJ, 14 de novembro de 1943),
Aquiles (Aquiles Rique Reis, Niterói, RJ, 22 de maio de 1948) e Ruy Faria
(Ruy Alexandre Faria, Cambuci, RJ, 31 de julho de 1937).

Em 2004, Ruy Faria sai do quarteto e inicia a formação atual, com os três integrantes remanescentes e Dalmo Medeiros (Rio de Janeiro, RJ,
26 de novembro de 1951), ex-integrante do grupo Céu da Boca,
convidado para ficar em seu lugar.
Seus principais gêneros musicais cantados são o samba e o MPB.
Com um repertório marcado por composições de personalidades da Música Popular Brasileira, como por exemplo Noel Rosa, Milton Nascimento, Chico Buarque,
João Bosco, Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc, o grupo apresenta-se em todo o Brasil, com sucesso de público e de crítica.

Década de 1960



A formação do grupo ocorreu em meados de 1964, quando Aquiles, Magro, Ruy e Miltinho integravam o Centro Popular de Cultura, afiliado à União Nacional dos Estudantes - UNE. Magro e Miltinho eram estudantes do 3º ano de Engenharia da Universidade Federal Fluminense - UFF. Ambos tinham formação musical iniciada desde criança; Miltinho aprendeu violão na adolescência com o instrumentista Jodacil Damasceno e Magro havia participado da Sociedade Musical Patápio Silva, além de ter aprendido teoria musical com Eumir Deodato e Isaac Karabtchevisk.
Ruy tinha acabado de se graduar em Direito pela mesma universidade e era escriturário da antiga agência do Instituto de Assistência e Previdência Social - IAPS. Ao mesmo tempo, trabalhava na noite carioca em dois grupos vocais e tinha sido [[crooner]] em Santo Antônio de Pádua, Rio de Janeiro.
Aquiles era estudante secundarista e participava do coral de uma escola estadual de Niterói. De família católica, aos 17 anos, resolveu seguir carreira musical com os outros três integrantes.

Cada um dos integrantes tem um gosto musical diferenciado, embora eles eram influenciados pelo grupo vocal Os Cariocas. Miltinho, desde a adolescência,
curtia música americana e bossa nova com os grupos Os Cariocas e Tamba Trio. Aquiles, ao mesmo tempo que tinha preferência pelo Trio Irakitan, era fã de
Elvis Presley. Magro era eclético.
Em 1965, resolveram ser músicos profissionais e viajam para São Paulo. Já tinham gravado o compacto simples "Samba Bem", em 1964, pelo selo Elenco.



No início, os quatro rapazes passaram por dificuldades, pois já haviam trilhado carreiras promissoras na época e seus familiares lamentaram a decisão tomada,
embora não tenham enfrentado tamanhas resistências. Além disso,
Aquiles era menor de idade e seu pai desejava emancipá-lo.
Entretanto, tal procedimento era demorado e Ruy Faria tornou-se seu tutor.
A passagem da adolescência para a vida adulta foi abrupta para Aquiles,
segundo o relato de Ruy Faria, pois foi comparada à troca da Coca-Cola por cerveja.
Lá, entram em contato com artistas recém-lançados na época, como Chico Buarque,
Nara Leão, Sidney Miller, Quarteto em Cy, entre outros. Desde o início do grupo, tornam-se ativistas de uma nova proposta, a de uma música brasileira mais popular a todos os que escutarem, de forma que sejam exaltados o povo brasileiro e seus costumes e, principalmente, a crítica à situação política do país,
imerso na Ditatura Militar. Desta maneira, entraram em seu repertório as músicas de protesto e sambas.



A parceria com Chico Buarque iniciou-se nesta viagem e durou aproximadamente dez anos. Durante este período, o MPB4 firmou sua musicalidade e acompanhava-o em suas apresentações como escudeiro musical, com boas interpretações das composições de Chico, que já foi considerado como o "quinto integrante de um quarteto". Um dos maiores destaques nesta década são as músicas "Quem te viu, quem te vê" e "Roda Viva", ambas de 1967. Além disso, ganharam espaço também nos famosos festivais de música, produzidos pela Rede Record.
Em 1966, foi lançado o primeiro LP do grupo, com o título "MPB4". O destaque vai para as músicas "Lamento", "Teresa Tristeza". Em 1967, foi lançado outro trabalho, com as músicas "Quem te viu, quem te vê", "Brincadeira de Angola", "Cordão da Saideira" e "Gabriela", que ficou em 6º lugar no III Festival da Música Popular da Rede Record.
Em 1968, lançam mais um LP com o mesmo título do grupo. Desta vez, a novidade é que cada integrante do grupo tem autonomia sobre uma faixa, como explicou Magro no programa Ensaio, de 1973. Aquiles cantou a música "Estrela é Lua Nova" com o coral da Escolal Municipal de Niterói, onde estudou. Miltinho estréia como compositor na faixa "Vim pra ficar". Entretanto, apesar das inovações do grupo, o disco não obteve o reconhecimento esperado.
Ao mesmo tempo, os quatro rapazes enfrentavam dificuldades financeiras e a marca ferrenha da Censura, apesar de serem requisitados para apresentações nos palcos e na televisão. Além disso, em 1968, Chico Buarque vai á Itália para se proteger da Ditadura Militar. Sem seu parceiro, o grupo perdeu o norte e seus integrantes quase desistiram da carreira. O MPB4 tinha seus espetáculos encerrados a qualquer tempo pela Censura. Para dribá-la, os quatro integrantes tinham truques para enganar os censores, além de negociar as letras das músicas, prática que continuaria na década seguinte.
A composição vocal do MPB4 até 1968 era: Ruy, 1ª voz; Magro, 2ª; Miltinho, 3ª; e Aquiles, 4ª voz. A partir de então, quando Aquiles estudou belcanto (impostação vocal), sua professora discordou da sua posição nas vozes do quarteto e sugeriu a troca das posições vocais. Então, Miltinho, ficou com a 4ª voz, e Aquiles, com a 3ª. A troca permanece até hoje e percebe-se que a sonoridade das vozes ficou harmônica.

Década de 1970



Em 1970, o MPB4 lança o LP "Deixa Estar", um dos marcos principais da carreira do quarteto. O destaque principal é a música "Amigo é pra essas coisas", de Aldir Blanc e Sílvio da Silva Júnior, que reflete também o espírito do quarteto em enfrentar dificuldades juntos. Como Chico Buarque ainda não estava no Brasil, a música foi uma espécie de "independência" ao parceiro, pois eles não seriam vistos mais como "Porta-voz do Chico", mas um quarteto vocal com personalidade própria. Outros destaques são "Candeias", com o primeiro arranjo vocal de Miltinho, "Boca do Mota", de Milton Nascimento e "Derramaro o Gai".
Em 1971, foi lançado o LP "De Palavra…Em Palavra....", que consolida o estilo do trabalho anterior. Destacam-se as músicas "Cravo e Canela", de Milton Nascimento, "O Cafona", Marcos Valle, "Eu chego lá", de Ataulfo Alves, "De Palavra…Em Palavra…", de Miltinho e Magro e "Pois é, pra quê", de Sidney Miller.
A parceria com Chico Buarque continua firme até meados desta década.
Ele e o quarteto viajaram para alguns países, como Argentina e Portugal.
As marcas da resistência e contestação contra o Governo Militar continuam firmes nos trabalhos do quarteto, mesmo que eles tenham seus espetáculos encerrados arbitrariamente e buscado negociações em Brasília. A questão financeira também seria complicada para o MPB4, como explica Ruy Faria, em entrevista concedida à jornalista Rosa Minine. Para custear as apresentações, eles pegavam empréstimos aos bancos e, mesmo assim, corriam o risco de ter o investimento perdido com um simples ato da Censura. Mesmo alcançando sucesso de crítica e público, o sossego contra as perseguições viria a partir de 1979, ano da Lei da Anistia.
O ano de 1972 foi importante para o MPB4, pois é lançado o LP Cicatrizes, considerado como um dos trabalhos mais promissores. Miltinho destaca-se como compositor da música-título, com a parceria do jovem Paulo César Pinheiro. Os arranjos instrumental e vocal de Magro tornam-se mais ousados, com destaque para as músicas "Agiboré", "San Vicente", "Partido Alto" de Chico Buarque, "Pesadelo" e "Agiboré".
Nos anos 1970, participaram de espetáculos históricos, tais como Construção (1971), Phono 73 (1973), MPB-4 no Safári (1975) e Cobra de Vidro (1978).
Além disso, lançam discos que consolidam a carreira do quarteto vocal, tais como De Palavra em Palavra, (1971), Cicatrizes (1972), Canto dos Homens (1976)
e Cobra de Vidro (1978), entre outros trabalhos de sucesso de crítica e público.

Década de 1980




Nos anos 1980, lançaram dois trabalhos infantis Flicts (com o Quarteto em Cy, em 1980) e Adivinha o que é (1981), além da participação no especial da Globo,
Arca de Noé, com a música 'O Pato'. Outro trabalho de destaque é o disco Amigo é Pra Essas Coisas (1989), com a participação dos filhos dos integrantes do MPB-4 na
banda de acompanhamento.

Década de 1990



Nos anos 1990, lançaram discos importantes e com grande aceitação de crítica e de público, como Samba da Minha Terra (1991). Os primeiros discos do grupo, ao vivo, foram A Arte de Cantar ao Vivo (1995) e Melhores Momentos (1999). Continuam com a parceria com o grupo Quarteto em Cy em Bate-Boca (1997) e Somos Todos Iguais (1998).

Década de 2000



Em (2000), o quarteto lança dois trabalhos, um deles com o Quarteto em Cy, Vinícius e a Arte do Encontro. Em (2004), Ruy Faria sai do grupo e Dalmo Medeiros torna-se integrante do MPB4. Em 2006, é lançado o DVD "MPB-4 40 Anos", com a participação de Chico Buarque, Milton Nascimento, Cauby Peixoto, Roberta Sá, entre outros artistas consagrados. Em 2008, o grupo gravou, junto com Toquinho, CD e DVD ao vivo, lançados pela Biscoito Fino.

" NEY MATOGROSSO "


Ney de Sousa Pereira (Bela Vista, 1º de agosto de 1941),
mais conhecido como Ney Matogrosso, é um cantor e ator brasileiro,
ex-integrante do Secos & Molhados.
Atualmente considerado um dos intérpretes brasileiros mais produtivos, o nome artístico Ney Matogrosso foi adotado somente em 1971, quando se mudou para São Paulo.Desde cedo demonstrou dotes artísticos: cantava, pintava e interpretava.
Teve a infância e a adolescência marcadas pela solidão, e ao completar dezessete anos deixou a casa da família para ingressar na Aeronáutica, Ney ainda estava indeciso quanto à futura profissão. Gostava de teatro e cantava esporadicamente,
mas acabou indo trabalhar no laboratório de anatomia patológica do Hospital de Base de Brasília, a convite de um primo.

Tempos depois foi convidado para participar de um festival universitário e chegou a formar um quarteto vocal. Depois do festival, fez de tudo um pouco, até atuou em um programa de televisão. Também concentrou suas atenções no teatro,
decidido a ser ator. Atrás deste sonho, ele desembarcou no Rio de Janeiro em 1966, onde passou a viver da confecção e venda de peças de artesanato em couro.
Ney adotou completamente a filosofia de vida hippie.

Início Da Carreira



Neste período, viveu entre o Rio, São Paulo e Brasília, até conhecer o produtor musical João Ricardo, que procurava um cantor de voz aguda para um conjunto musical e convidou Ney para ser o cantor do grupo Secos & Molhados, com o qual gravou dois discos, ambos auto-intitulados e lançados pela extinta gravadora Continental,
entre 1973 e 1974.



O álbum chegou a marca de um milhão de cópias vendidas e gerou vários sucessos, como O Vira de Luli e João Ricardo, Rosa de Hiroxima, Sangue Latino de João Ricardo e Paulinho Mendonça, O Patrão Nosso de Cada Dia de João Ricardo,
e no segundo álbum o destaque foi para Flores astrais de João Ricardo, em parceria com João Apolinário.
Saiu dos Secos & Molhados em 1974 e no ano seguinte, lançou o primeiro disco solo, Água do Céu - Pássaro (também conhecido como O homem de Neanderthal em referência à faixa homônima de abertura, de autoria de Luís Carlos Sá, e por ter sido o título do antológico primeiro espetáculo da carreira solo), que vinha numa capa de papelão cru, com Ney Matogrosso pintado, vestido com pêlos de macaco, chifres e pulseiras de dentes de boi, apresentando sonoridade vanguardista, com músicas interligadas por sons da floresta, macacos, ventanias, água corrente e pássaros. Foi considerado extravagante demais e obteve vendagem inexpressiva, destacando no repertório as músicas América do Sul de Paulo Machado e o mambo Kubanacan, além da regravação de um fado de Amália Rodrigues (Barco negro) e canções de Milton Nascimento/Rui Guerra e João Bosco/Aldir Blanc (Bodas e Corsário, respectivamente), além das músicas Açúcar candy (de Sueli Costa e Tite de Lemos) e Idade de ouro (de Jorge Omar e Paulo Mendonça); o trabalho foi distribuído juntamente com um compacto, que apresentou duas músicas que ele gravou na Itália com o músico e compositor argentino Astor Piazzola: As Ilhas e 1964. Em 1976 veio o reconhecimento com o disco Bandido.
A canção Bandido Corazón, no repertório deste foi composta por Rita Lee, tornou-se um grande sucesso na voz de Ney. Além desta, o disco trazia, dentre outras, as músicas Pra não morrer de tristeza de João Silva e Caboclinho, Trepa no coqueiro de Ari Kerner, Gaivota (de Gilberto Gil), Usina de prata de Rosinha de Valença e Mulheres de Atenas (Chico Buarque, em parceria com Augusto Boal), contando com a produção musical da violonista Rosinha de Valença com direção musical do empresário Guilherme Araújo. Nessa época, Ney escandalizava o Brasil. Bandido é considerado o espetáculo mais ousado da carreira do cantor e perfomático Matogrosso.



Na seqüência, vieram: Pecado (1977), que trouxe músicas do espetáculo calcado na divulgação do disco anterior que ainda não haviam sido registradas em disco; este também foi o último trabalho feito para a gravadora Continental, em um repertório que misturou roque (Metamorfose ambulante de Raul Seixas e Com a boca no mundo de Rita Lee, em parceria com Luís Sérgio e Lee Marcucci), bossa nova (Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça), tango (Retrato marrom, de Fausto Nilo e Rodger Rogério), San Vicente de Milton Nascimento e Fernando Brant, e as regravações das músicas Da cor do pecado, de Bororó - com a participação especial do grupo Regional do Evandro - e Sangue latino, esta última consagrada pelo grupo Secos & Molhados e ainda originou um especial gravado para a Rede Bandeirantes, Feitiço e Seu tipo, nos anos 1970. Os dois últimos contaram com a produção de Mazzola, nome que seria recorrente em sua discografia a partir desta época.

O álbum Feitiço (1978) marcou a estréia na gravadora WEA, e trouxe alguns sucessos como Bandoleiro, da dupla Luli e Lucina, Mal necessário de Mauro Kwitko, a regravação de O Tic-Tac do Meu Coração, de Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva (sucesso de Carmen Miranda em 1935), Dos Cruces de Carmelo Larrea, e o frevo Não existe pecado ao sul do Equador, de Chico Buarque e Rui Guerra, cujo arranjo evoca a batida da disco music, que naquela época, já era executada no Brasil inteiro; a regravação da canção, originalmente gravada pelo autor 5 anos antes no censurado álbum Calabar, impulsionou as vendas do álbum e foi utilizado como tema de abertura da novela global Pecado Rasgado, de Sílvio de Abreu. Já em Seu tipo (1979), onde tirou pela primeira vez a fantasia para se apresentar de cara limpa, o repertório foi puxado pela faixa-título, de autoria do então desconhecido Eduardo Dusek em parceria com Luís Carlos Góis, bem como Tom Jobim (Falando de amor) e canções de Fátima Guedes e Joyce, compositoras que despertavam na emergente cena feminina de 1979 (Dor medonha e Ardente, respectivamente), a regravação de Rosa de Hiroxima de Gerson Conrad sobre poema de Vinícius de Morais, Tem gente com fome (poema de Solano Trindade musicado por João Ricardo) e Encantado (versão de Caetano Veloso para Nature boy de autoria de Eden Ahbez, sucesso de Nat King Cole), dentre outras.

Repertório E Características

Ney terminou a década de 1970 e começou a de 80 totalmente transgressor, sendo ameaçado várias vezes pelo regime militar. Nesse período, Ney lançou alguns dos maiores sucessos: Homem com H, Vida, Vida, Pro dia nascer Feliz, Vereda Tropical, Amor Objeto, Seu tipo, Por debaixo dos panos, Promessas demais, Tanto amar, Ando meio desligado, Sangue latino, entre outros.



É considerado um dos principais percussores da androginia enquanto estética de arte, desenvolvida inicialmente com a Tropicália. Apresentando coreografias erotizantes e expondo sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo, Ney acaba por influenciar toda uma geração de artistas. Também é coreógrafo, iluminador e dançarino, atuando como diretor geral de seus espetáculos musicais; o espetáculo Sou eu, dirigindo Simone, foi considerado o melhor do ano (1992), um espetáculo de Cazuza (O tempo não pára), RPM e ganhou o extinto Prêmio Sharp de Música com os temas Gilberto Gil e Ângela e Cauby de Ângela Maria e Cauby Peixoto. Atuou também como ator de cinema (no longa-metragem Sonho de valsa, de Ana Carolina e no curta Caramujo flor de Joel Pizzini), foi responsável pela iluminação de espetáculos de Nana Caymmi, Nélson Gonçalves, Chico Buarque, da Fundação Osvaldo Cruz e peças de teatro, como Somos irmãs e Mistério do amor.

Década De 1980



Começou a década de 1980 com o álbum Sujeito estranho, de 1980, produzido por Gutti Carvalho, que não obteve maior repercussão; no repertório, todo composto por canções apresentadas no espetáculo Seu tipo mas que não haviam sido gravadas no álbum homônimo, destaque para a canção Napoleão da dupla Luli e Lucina - a faixa de abertura do álbum -, duas canções de Rita Lee (Doce vampiro e Ando meio desligado, esta última em parceria com Arnaldo e Sérgio Baptista) e duas regravações da cantora e compositora Ângela Rô Rô, lançadas por ela no primeiro álbum no ano anterior: Balada da arrasada e Não há cabeça. Prosseguiu com o álbum auto-intitulado de 1981, que marcou a estréia na gravadora Ariola. O álbum contou com a produção de Mazzola, arranjos de César Camargo Mariano e Lincoln Olivetti, trazendo alguns êxitos como Viajante de Teresa Tinoco, Amor objeto (Rita Lee e Roberto de Carvalho), a marchinha Folia no matagal (de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que dois anos antes foi gravado por Maria Alcina, não obtendo sucesso), Vida vida (tema de abertura da novela global Jogo da Vida de Sílvio de Abreu) e principalmente o forró Homem com H, de Antônio Barros, que a princípio não queria gravar, o fez depois de muita insistência e se tornou um dos maiores sucessos da carreira, e a participação especial da cantora Gal Costa e da Orquestra Tabajara na faixa Espinha de bacalhau, de Severino Araújo - com arranjo e regência do próprio - e Fausto Nilo.

No ano seguinte lançou o álbum Mato Grosso, produzido por Mazzola, que não obteve o total êxito artístico do disco lançado no ano anterior; o trabalho emplacou outro tema de abertura em novela global, no caso Promessas demais utilizada na abertura da novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa, com destaque também para Por debaixo dos panos de Cecéu, Primeiro de abril, de Antônio Brasileiro e Roderiki, e Tanto amar, de Chico Buarque - lançada pelo cantor e compositor no ano anterior -, e a canção Johnny pirou teve a execução pública proibida à época do lançamento do disco, que contou inclusive com a participação especial de Rita Lee na faixa Uai uai, composta por ela e o marido Roberto de Carvalho.

Em 1983 lançou o disco …Pois é, com faixa-título de John Neschling e Geraldo Carneiro, cujos maiores sucessos foram Pro Dia Nascer Feliz (gravada também pelo grupo Barão Vermelho e composta pelos integrantes desta, Cazuza e Frejat) e a paródia Calúnias - Telma eu não sou gay (da música americana Tell me once again), com a participação especial do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e incluiu também um pot-pourri, que abria o álbum, contendo as regravações dos sucessos ao longo de dez anos de carreira, completados naquele ano.

O álbum subseqüente, Destino de aventureiro, de 1984, com faixa-título de Eduardo Dusek e Luís Carlos Góis, que contou com a participação especial do grupo Placa Luminosa, cujo repertório incluiu músicas do espetáculo calcado na divulgação do trabalho anterior, trouxe duas regravações: uma do grupo Barão Vermelho (Por que a gente é assim, de Frejat, Cazuza e Ezequiel, que não obteve o mesmo sucesso da canção gravada no disco anterior), e a música Retrato marrom - gravada pelo cantor sete anos antes, além da canção Pra virar lobisomem de Cecéu e o bolero Vereda Tropical, de Gonzalo Curiel, utilizado como tema de abertura da novela homônima global, de Carlos Lombardi. O último trabalho nesse caminho foi Bugre (1986), época onde o roque brasileiro se expandiu no mercado fonográfico, por isso o disco apresentou uma sonoridade pop com alta dose de eletrônica, onde o cantor mostrava seu lado compositor assinando músicas com Leoni (Dívidas de amor) e a dupla Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, ex-integrantes do grupo RPM; no repertório, destaque para a regravação de um sucesso do grupo Os Mutantes, Balada do louco, de Rita Lee e Arnaldo Baptista, trazendo também algumas canções como o samba-enredo História do Brasil de Jorge Aragão e Nilton Barros, Fratura não exposta de Pisca, Cazuza e Ezequiel Neves, e a rumba Las Muchachas de Copacabana, de Chico Buarque, gravada também no álbum Malandro produzido por Homero Ferreira e Carlinhos Vergueiro, tendo sido incompreendido por público e crítica.

Com o relativo fracasso de Bugre, em 1987 Ney Matogrosso entra em uma nova fase: com o elogiadíssimo LP Pescador de Pérolas, lançado pela gravadora CBS, gravado ao vivo na temporada do projeto A luz do solo, ele mostra uma faceta mais segura. Abandona as maquiagens, veste um terno e atrai um novo público. O repertório deste apresentou clásssicos da música brasileira e latina (Dos Cruces de Carmelo Larrea - esta já gravada pelo cantor -, Alma llanera de Pedro Elias Gutierrez - que viria a ser regravada dois anos depois - e a célebre Bésame mucho de Consuelo Velásquez - compositora mexicana), uma ária de ópera (no caso, Mi Par D'udir Ancora - I Pescatori di Perle de Bizet), foi apresentado no teatro Carlos Gomes (compositor campineiro a quem homenageou com a canção Quem sabe, no repertório deste), contou com a participação especial de quatro músicos: Rafael Rabello (violão), Arthur Moreira Lima (piano), Paulo Moura (sax) e Chacal (percussão).

Motivado pelo êxito artístico e comercial deste, prosseguiu com o denso álbum Quem não vive tem medo da morte (1988), que não obteve repercussão e a primeira tiragem deste em CD foi pequena e produzida na época do lançamento; no repertório, algumas canções como Dama do cassino (Caetano Veloso), Todo o sentimento (Chico Buarque, em parceria com o pianista Cristóvão Bastos) - esta, já gravada por Chico no ano anterior -, Tudo é amor (Cazuza e Laura Finochiaro), Felicidade zen de Arnaldo Brandão e Tavinho Pais, Vamos pra lua de Pisca e Ronaldo Bastos, Caro amigo de Lucio Dalla - cantor e compositor italiano -, Aluísio Reis e Byafra - as duas últimas canções foram impostas pela CBS -, e Chavão abre porta grande (Itamar Assumpção). Em 1989 lançou o álbum Ao vivo, o último para a extinta gravadora CBS, a qual pouco tempo depois se transformaria na Sony Music, gravado na casa Olympia (SP) em 11 e 12 de março de 1989, voltou a se apresentar com fantasia, o repertório trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras músicas as quais nunca havia gravado, como Comida (do repertório do grupo Titãs) e O beco (gravada originalmente pelo grupo Os Paralamas do Sucesso), além da regravação da música Morena de angola (Chico Buarque), sucesso na voz de Clara Nunes.

Década De 1990 E Projetos Especiais



Durante a década de 1990 voltou a trabalhar com Raphael Rabello (no elogiadíssimo álbum À Flor da Pele, de 1990, lançado pela gravadora Som Livre, que trouxe releituras de clássicos da MPB), e ao transferir-se para a extinta gravadora PolyGram (atualmente Universal Music), gravou um disco junto com o grupo Aquarela Carioca (As aparências enganam, de 1993) e também álbuns dedicados a intérpretes/compositores, como um abordando o repertório da Sapoti, Ângela Maria (Estava escrito, 1994). Seis músicos participaram do preojeto: Leandro Braga (direção musical, arranjos e piano), Bruce Henry (baixo), Fábio Nim (violão), Zero (percussão), Márcio Montarroyos (trompete e flugelhorn) e as participações especiais de Cláudio Jorge (violão) nas faixas Amendoim torradinho de Henrique Beltrão e Nem eu de Dorival Caymmi, e da homenageada na faixa Só vives pra lua, de Othon Russo e Ricardo Galeno. Já o grupo Aquarela Carioca é formado por: Paulo Brandão (baixo e violão), Lui Coimbra (violoncelo, violão e charango), Mário Sève (saxofone, flauta, flautim e Wind Control Yamaha), Paulo Muylaer (guitarra, viola e flauta) e Marcos Susano (pandeiro e percussão).

Prosseguiu com outro álbum só com canções de Chico Buarque (o elogiadíssimo Um Brasileiro, 1996) todos produzidos por Marco Mazzola, um voltado para as canções da dupla Tom Jobim e Heitor Villa-Lobos (O cair da tarde, 1997); dois em homenagem a Cartola (Ney Matogrosso interpreta Cartola, 2002 e Ney Matogrosso interpreta Cartola - ao vivo, de 2003), e o elogiado Batuque, lançado em 2001, apenas com canções anteriores à revolucionária década de 1960, priorizando canções de Carmen Miranda, além de um disco com canções inéditas, homenageando compositores da nova geração (Olhos de farol, 1999). O espetáculo calcado na divulgação deste último acabou por gerar um CD ao vivo (Ney Matogrosso ao vivo, gravado no Rio de Janeiro em 12, 13 e 14 de novembro e lançado no final de 1999), e também um DVD, cujo repertório abordou regravações dos antigos sucessos entre outras canções do álbum de estúdio anterior, bem como algumas músicas inéditas na voz. A produção foi assinada por João Mário Linhares, que produziria a partir do referido O cair da tarde todos os seus discos - alguns em parceria - e Zé Nogueira.

Década De 2000

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, sobre o álbum Batuque, no qual contou com a participação especial do grupo Nó em Pingo D´Água em várias faixas, declarou: Eu conhecia essas canções sem saber porque as ouvia desde criança. Mas não faço um espetáculo da época de resgate, porque essas músicas não se perderam. Estão à disposição de quem as quiser cantar e gravar. A seleção de repertório contou com a colaboração de quatro pesquisadores (Jairo Severino, Zuza Homem de Mello, Paulinho Albuquerque e Fausto Nilo), originando também um espetáculo homônimo que saiu em DVD. Apesar de trazer várias canções gravadas por Carmen Miranda, a Pequena Notável, Ney revelou não se tratar de uma homenagem a cantora: Não estou prestando uma homenagem a Carmen, não quis me limitar a ela. Mas o melhor daquelas décadas passava por ela mesmo. Eu teria que passar, inevitavelmente. As luzes e cenários foram dirigidos pelo próprio Ney, definido por ele como de teatro de revista. Já o figurino contou com a assinatura do estilista Ocimar Versolato: É extravagante, embora sóbrio, mas é erótico porque é todo preto, explicou em entrevista ao jornal Estadão.

Já o disco dedicado a Cartola surgiu junto com a publicação de um livro com várias fotos, de suas fases da carreira. Ousar ser, lançado em 2002, trouxe 272 páginas, e também 135 fotos de Luís Fernando Borges da Fonseca, sobre os espetáculos que projetou ao longo da carreira, revelando mudanças e contou com depoimentos do artista. O disco contou com a participação especial de cinco músicos: Ricardo Silveira (violão e arranjos), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas), Zero (percussão), Zé Nogueira (saxofone) e Jorge Hélder (baixo e cavaquinho), e o coro As Gatas na faixa Ensaboa. O espetáculo também originou um CD ao vivo, bem como um DVD - gravado em novembro de 2002 no Centro Integrado de Cultura em Florianópolis (SC), contando também com a participação do músico Celso José (Celsinho) da Silva (percussão) e foi sucesso de público e crítica, contando inclusive com apresentações no exterior. Ainda em 2003, a canção Kubanacan gravada no primeiro álbum solo, foi o tema de abertura da telenovela homônima global, de Carlos Lombardi.

Atualidade




Em 2004 voltou aos meios de comunicação com o projeto Vagabundo, em que canta com o grupo carioca Pedro Luís e a Parede com produção de Carlos Matau, obtendo relevante sucesso de público e crítica, originando também um espetáculo homônimo, do qual saiu o álbum ao vivo e o DVD, gravado na casa Olympia (SP) em 15 de julho de 2005, com a participação especial também dos músicos Glauco Cerejo (saxofone e flauta) inclusive produtor do álbum, Pedro Jóia (violão e alaúde) e Ricardo Silveira (guitarra). Ainda em 2005, chegou às lojas o álbum e DVD Canto em qualquer canto, gravado ao vivo no SESC Pinheiros, que trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras releituras de sucessos alheios e duas canções inéditas (Uma canção por acaso e Duas nuvens, ambas de autoria de Pedro Jóia e Tiago Torres da Silva). O projeto contou com a participação especial de quatro músicos: Pedro Jóia (violão e alaúde), Ricardo Silveira (guitarra e violão de aço), Marcelo Gonçalves (violão sete cordas) e Zé Paulo Becker (violão e viola caipira).

Ney mantém no estado do Rio de Janeiro uma área de preservação ambiental para micos-leões-dourados, espécie ameaçada de extinção. Estreou no segundo semestre de 2007 um dos espetáculos mais comentados, Inclassificáveis, originando um CD, lançado pela gravadora EMI com produção de Ricardo Fábio, gravado em dezembro e um DVD. Este permaneceu em cartaz até 2009 contando com apresentações pelo Brasil inteiro, com visual impactante e andrógeno, e sonoridade comportando apenas guitarra, violão, percussões, programações e baixo.

Em junho de 2008 os 15 primeiros discos do artista foram reeditados em CD, na caixa Camaleão, que também trouxe um CD com gravações avulsas, em participações especiais do artista em projetos especiais e discos de outros artistas, bem como sobras de estúdio, fonogramas de compactos raros, registros ao vivo e músicas gravadas exclusivamente para a trilha sonora de novelas e filmes (Pérolas raras) e outro trabalho coletivo, com Caetano Veloso e João Bosco (Brazil Night - Montreux 83), gravado ao vivo em Montreux, na Suíça, em 9 de julho de 1983; Ney apresentou o espetáculo Mato Grosso, cujo repertório era baseado no trabalho homônimo lançado em 1982; o repertório do referido álbum trouxe as músicas Deixar você e Andar com fé - ambas de Gilberto Gil -, Napoleão (apresentada no álbum Sujeito estranho) e Folia no matagal (do repertório do álbum auto-intitulado de 1981). Alguns destes trabalhos eram inéditos no formato digital, como os cultuados Água do céu Pássaro, Bandido, Pecado e Mato Grosso. Os álbuns estavam fora de catálogo há tempos e trouxeram capas, contracapas e encartes originais dos LPs completos (na edição anterior o encarte havia sido suprimido ou reduzido), letras de todas as músicas e texto interno com a história do álbum no encarte redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, que também idealizou a coleção.

Protagonizou o especial da Rede Globo exibido em 28 de junho do mesmo ano, cantando músicas de Cazuza. Ainda em 2008, regravou a música Lig Lig Lig Lé para ser a abertura da novela das seis Negócio da China, de Miguel Falabella, e fez uma participação como um dançarino em Macau nesta novela, logo no primeiro capítulo. Também participou do curta-metragem Depois de tudo.

Em março de 2009, Ney protagonizou o filme Luz Nas Trevas, de Helena Ignez, roteiro de Rogério Sganzerla, continuação do filme O Bandido da Luz Vermelha, de 1968. O mais recente trabalho é o elogiado CD Beijo bandido, com produção de Paulo Junqueiro e Victor Kelly, que conta com a participação especial de quatro músicos: Leandro Braga, que já havia trabalhado com o cantor em projetos anteriores (piano), Ricardo Amado (violino e bandolim), Felipe Roseno (percussão) e o multiinstrumentista Lui Coimbra (violoncelo e violão), trazendo músicas inéditas e regravações.

domingo, 13 de junho de 2010

" JAIR RODRIGUES "


Jair Rodrigues de Oliveira (Igarapava, 6 de fevereiro de 1939) é um cantor brasileiro, pai de Luciana Mello e Jair Oliveira, que seguiram a carreira musical. Foi criado em Nova Europa, cidade do interior de São Paulo, onde morou até 1954; depois mudou-se com a família para São Carlos, onde pode começar sua carreira musical, pois a cidade possuía a melhor vida noturna de toda a região.
Sua carreira musical começou quando foi crooner no meio dos anos 50 no interior de São Paulo, na cidade de São Carlos, lá chegando em 1954 e participando da noite são-carlense que era intensa na época, também com participações na Rádio São Carlos como calouro e com apresentações, vivendo intensamente em São Carlos, até o fim da década.
Em 1958 Jair Rodrigues prestou o serviço militar no Tiro de Guerra de São Carlos, como Soldado Atirador nº 134, que na época era denominado TG 02-043 .
No início da década de 60 foi tentar o sucesso na capital do Estado, e obteve-o participando de programas de calouros na televisão.
Em 1965, Elis Regina e Jair Rodrigues fizeram muito sucesso com sua parceria no programa O Fino da Bossa, programa da TV Record.

Em 1966, Jair participou do festival daquele ano com a música Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, desta vez em conjunto com o Quarteto Novo. Conhecido por cantar sambas, Jair surpreendeu o público com uma linda interpretação da canção. Disparada e Banda, de Chico Buarque e interpretada por Nara Leão, eram favoritas. O festival acabou empatado. A partir daquele momento, sua carreira decolou e seu talento assegurou décadas de sucesso ao cantor. Jair lançou um álbum por ano e interpretou sucessos como O Menino da Porteira, Boi da Cara Preta e Majestade o Sabiá. Realizou turnês pela Europa, Estados Unidos e Japão. Em 1971, gravou o samba-enredo Festa para um Rei Negro, da Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro.
Nas décadas seguintes, sua produção diminuiu de volume; entretanto, Jair Rodrigues continua conhecido por sua grande energia e sua alegria contagiante.

Discografia

Vou de samba com você (1964)
O samba como ele é (1964)
Dois na Bossa - Elis Regina e Jair Rodrigues (1965)
O sorriso do Jair (1966)
Dois na Bossa nº 2 - Elis Regina & Jair Rodrigues (1966)
Dois na Bossa nº 3 - Elis Regina & Jair Rodrigues (1967)
Jair (1967)
Menino rei da alegria (1968)
Jair de todos os sambas (1969)
Jair de todos os sambas nº 2 (1969)
Talento e bossa de Jair Rodrigues (1970)
É isso aí (1971)
Festa para um rei negro (1971)
Com a corda toda (1972)
Orgulho de um sambista (1973)
Abra um sorriso novamente (1974)
Jair Rodrigues dez anos depois (1974)
Ao vivo no Olympia de Paris (1975)
Eu sou o samba (1975)
Minha hora e vez (1976)
Estou com o samba e não abro (1977)
Pisei chão (1978)
Antologia da seresta (1979)
Couro comendo (1979)
Estou lhe devendo um sorriso (1980)
Antologia da seresta nº 2 (1981)
Alegria de um povo (1981)
Jair Rodrigues de Oliveira (1982)
Carinhoso (1983)
Luzes do prazer (1984)
Jair Rodrigues (1985)
Jair Rodrigues (1988)
Lamento sertanejo (1991)
Viva meu samba (1994)
Eu sou... Jair Rodrigues (1996)
De todas as bossas (1998)
500 anos de folia-100% ao vivo (1999)
500 anos de folia vol. 2 (2000)
Intérprete (2002)
A nova bossa (2004)
Alma negra (2005)
Jair Rodrigues - Programa Ensaio - Brasil 1991 (CD e DVD, 2006)
Festa Para Um Rei Negro (CD e DVD), 2009

" LENINE "


Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, conhecido apenas como Lenine,
(Recife, 2 de fevereiro de 1959) é um cantor, compositor,
arranjador e músico brasileiro.
Filho de um velho comunista e de uma católica praticante, criou-se porém uma espécie de détente na família. Até os 8 anos, os filhos eram obrigados a ir à missa com a mãe. Depois disso, ficavam por conta do pai: Marx era leitura obrigatória.
Aos domingos, ouvia-se música de todo tipo - canções napolitanas, música alemã, música folclórica russa, Glenn Miller, Tchaikovsky, Chopin, Gil Evans,
e mais tarde, Hermeto Pascoal e os tropicalistas.

Foi para o Rio de Janeiro no final dos anos 1970, pois naquela época havia pouco espaço ou recursos para música em Recife. Morou com alguns amigos, compositores. Dividiram por algum tempo um apartamento na Urca, depois uma casinha numa vila em Botafogo, famosa por ter sido moradia de Macalé e Sônia Braga.
Depois foram para Santa Teresa.
Lenine teve seu som gravado por Elba Ramalho, sendo ela a primeira cantora de sucesso nacional a gravar uma música sua. Depois vieram Fernanda Abreu,
O Rappa, Milton Nascimento, Maria Rita, Maria Bethânia e muitos outros.
Produziu "Segundo" de Maria Rita, "De uns tempos pra cá" de Chico César,
"Lonji" de Tcheka, cantor e compositor do Cabo Verde, e "Ponto Enredo" de
Pedro Luis e a Parede.
Trabalhou em televisão com os diretores Guel Arraes e Jorge Furtado. Para eles, fez a direção musical de "Caramuru, a Invenção do Brasil" que depois de minissérie, virou um longa-metragem. Participou também da direção do musical de "Cambaio", musical de João Falcão e Adriana Falcão, baseado em canções de Chico Buarque e
Edu Lobo.
Em 2005, Lenine ganhou dois prêmios Grammy Latino: um pelo melhor disco de música brasileira contemporânea e outro pela melhor canção brasileira.

Discografia Álbuns

1983 - Baque Solto
1993 - Olho de Peixe
1997 - O Dia em que Faremos Contato
1999 - Na Pressão
2002 - Falange Canibal
2003 - Nova tiragem do CD Na Pressão
2004 - Lenine In Cite
2006 - Lenine Acústico MTV
2008 - Labiata
2009 - Lenine Perfil

Participações

Arícia Mess - Cabeça Coração: violão em O Homem dos Olhos de Raio X
Carlos Malta e Pife Muderno: voz em Canto de Ema
Carlos Malta - Escultor do Vento: voz em Morena Bela
Chico César - Aos Vivos: violão e voz em Dança (Chico César);
e Nato (Chico César e Tata Fernandes)
Chico César - Cuscuz Clã: coro em Folia de Príncipe
Elba Ramalho - Flor da Paraíba: voz em Lavadeira do Rio
Fernanda Abreu - Raio X: voz em Jack Soul Brasileiro
Jane Duboc - Todos os Caminhos: em Lá e Cá
Kid Abelha - Acústico MTV: voz em Na rua, na chuva, na fazenda
Lula Queiroga - Aboiando a Vaca Mecânica: em Rosebud - O Verbo e a Verba
(Lenine e Lula Queiroga)
Lula Queiroga - Azul Invisivel Vermelho Cruel: em Loa da Lagoa
(Lenine e Lula Queiroga)
Marcos Suzano - Sambatown: voz em O Curupira Pirou (Lenine e Suzano)
Maria João e Mário Laginha - Chorinho Feliz
Massilia Sound System - Joglars (Nos fau Cantar Tot Aquo: narração da história dos trovadores e repentistas
Mestre Ambrósio: percussão de voz em Benjaab (Lenine e Siba),
além de produzir o CD ao lado de Marcos Suzano e Denílson Campos
Miriam Maria - Rosa Fervida em Mel: voz falada no início de Caribantu
(Lenine e Sérgio Natureza)
Mu Chebabi - voz em Vagabundo
Paulinho Moska - Contrasenso: voz e violão em Relampiano
Paulinho Moska - Móbile: voz em O Mundo (André Abujamra)
Pedro Guerra - Oferendas: voz em Miedo
Pedro Luís e a Parede - Astronauta Tupy: percussão de voz em Chuva de Bala
(Pedro Luís)
Pedro Luís e a Parede - voz em Quebra-Quilos (Pedro Luís)
Renata Arruda: violão em A Gandaia das Ondas
Roberta Sá - voz em Fogo e Gasolina (álbum Que belo estranho dia de amanhã)
Vange Milliet - Arrepiô: percussão de voz em Negra Melodi
(Jards Macalé e Waly Salomão)
Vitor Ramil - Tambong: voz em Um Dia Você Vai Servir a Alguém,
versão de Vitor Ramil para Gotta Serve Somebody (Bob Dylan)
Zélia Duncan - Intimidade: arranjo e violão em Vou Tirar Você do Dicionário
(Itamar Assumpção e Alice Ruiz)

Álbuns especiais

Asas da América - Canção: (EU ACHO É POUCO)
América (telenovela) - Trilha Sonora: Vida de Viajante
Ana Raio e Zé Trovão (telenovela) - Trilha Sonora: As Voltas Que o Mundo Dá, parceria com Dudu Falcão
Balaio do Sampaio - Tributo a Sérgio Sampaio: Pavio do Destino
Cambaio (teatro) - Trilha Sonora: Cambaio de Chico Buarque e Edu Lobo
Casa do Forró - Ao Vivo: Pagode Russo, com participação de Frejat
O Clone (telenovela) - Trilha Sonora: O Silêncio das Estrelas
Djavan - Songbook: Maça do Rosto
Drop The Debt: Rosebud
Era Uma Vez (telenovela) - Trilha Sonora: Dois Olhos Negros (Lula Queiroga)
As Filhas da Mãe (telenovela) - Trilha Sonora: Mero Detalhe
Jorge Amado - Letra & Música: É Doce Morrer no Mar
Luau MTV: A Ponte e Jack Soul Brasileiro
Reginaldo Rossi - Tributo: A Raposa e as Uvas
Rogério Duarte - Canção do Divino Mestre: projeto de Carlos Rennó em que foram convidados compositores para musicar trechos de poemas
Sítio do Picapau Amarelo - Trilha Sonora: De Sabugo a Visconde
Belíssima (telenovela) - Trilha de propaganda: Do It
A Favorita (telenovela) - Trilha Sonora: É o que me interessa
Caminho das Índias (telenovela) - Trilha Sonora: Martelo Bigorna
Viver a Vida (telenovela) - O Último Pôr do Sol
Passione (telenovela) - Aquilo que Dá no Coração (tema de abertura)

Outros Projetos

Caramuru, A Invenção do Brasil - filme: Direção Musical do filme
Projeto 5 no Palco: Diversos shows em 1998, com Chico César, Zeca Baleiro, Marcos Suzano e Paulinho Moska
Bloco Quanta Ladeira - Carnaval de Recife

Vídeos(DVD/VHS)

2004 - In Cité
2006 - Acústico MTV

Vídeos musicais

O Homem dos Olhos de Raio-X
Paciência
Dois Olhos Negros
Hoje Eu Quero sair Só
Acredite ou Não
JackSoul Brasileiro

Quem gravou

Ana Cristina: A Ponte
Badi Assad: Acredite ou não e Distantes Demais
Daniela Mercury: "Meu Plano" (MTV Ao Vivo - Eletrodoméstico, 2003)
Daúde: Hoje Eu Quero Sair Só
Edu Luke: Lá e Cá
Elba Ramalho: Que Baque é Esse, A Roda do Tempo, Miragem do Porto, Lavadeira do Rio, Leão do Norte
Fernanda Abreu: JackSoul Brasileiro
Edson Montenegro: Meu Amanhã
Isabela Ladeira e Rosana Brito: Hoje Eu Quero Sair Só
Jambêndola: Leão do Norte
João Marcelo Bôscoli e Cia: Acredite ou Não e Distantes Demais
Klébi Nori: Hoje Eu Quero Sair Só
Luiza Possi: A Gandaia das Ondas - Pedra e Areia
Maria Bethania: Nem Sol, Nem Lua, Nem Você
Maria Rita: Lavadeira Do Rio
Mestre Ambrósio: Benjaab
Miriam Maria: Caribantu e O Silêncio das Estrelas
Mônica Salmaso: Tuaregue e Nagô
MPB4: Virou Areia
Pedro Camargo Mariano: Acredite ou Não, A Medida da Paixão
Ney Matogrosso: Mais Além e A Balada do Cachorro Louco
Quinteto Violado: Leão do Norte
O Rappa: Óia o Rappa
Renata Arruda: Gandaia das Ondas e Caçadora de Peles
Sabá Moraes: Miragem do Porto
Tânia Maya: Tudo por Acaso
Vange Milliet: Falso
Virgínia Rosa: A Ponte, Miragem do Porto e Rita
Xangai: Miragem do Porto
Zé Guilherme: Que Baque é Esse?
Zé Renato: Na São Sebastião
Zé Rocha: Dia Feliz
Zizi Possi: Olho de Peixe

Trilhas Sonoras

01. Alpnista Social - Lua Cheia de Amor, 1990
02. As Voltas Que o Mundo Dá - Ana Raio e Zé Trovão,1990
03. Dois Olhos Negros - Era Uma Vez, 1998
04. Hoje Eu Quero Sair Só - Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1998
04. Chamas da Vida, 2008
05. Paciência - Vila Madalena, 1999
06. O Último Pôr do Sol - A Invenção do Brasil, 2000
06. Viver a Vida, 2009
07. Miragem do Porto - A Invenção do Brasil, 2000
08. La e Lô - A Invenção do Brasil, 2000
09. Etnia Caduca - A Invenção do Brasil, 2000
10. Tubi Tupy - A Invenção do Brasil, 2000
11. Bambuluá - Bambuluá, 2000
12. Vieste - Estrela-Guia, 2001
13. Mero Detalhe - As Filhas da Mãe, 2001
14. O Silêncio das Estrelas - O Clone, 2001
15. De Sabugo à Visconde - Sítio do Pica-Pau Amarelo, 2001
16. Agora é Que São Elas - Agora É Que São Elas, 2003
17. Vida de Viajante - América, 2005
18. Do It - Belíssima, 2005
19. Nada Por Acaso - Pé na Jaca, 2006
20. Não Faz Mal a Ninguém - Sete Pecados, 2007
21. É o Que Me Interessa - A Favorita, 2008
22. Martelo Bigorna - Caminho das Índias, 2009
23. O Mundo (com: Moska, Zeca Baleiro e Chico César) - Cama de Gato, 2009
24. Magra - Cinquentinha, 2009
25. Aquilo Que Dá no Coração - Passione, 2010

" VINÍCIUS CANTUÁRIA "


Vinícius Cantuária (Manaus, 29 de abril de 1951)
é um cantor e compositor brasileiro.

Na década de 70, integrou a banda de rock progressivo O Terço.
Entre suas composições, a mais famosa é Só você,
da primeira metade dos anos 80 e que depois foi gravada por vários artistas,
como Fábio Júnior e Fagner. Outro sucesso seu é do início da mesma década:
Lua e Estrela, gravada na voz de Caetano Veloso, de cuja banda de turnê,
a Outra Banda da Terra, fez parte. Essa música também foi gravada por Gilberto Gil em inglês em um disco seu para o mercado estado-unidense.

Discografia

Samba Carioca (2009)
Cymbals (2007)
Silva (2005)
Horse and Fish (2004)
Live: Skirball Center (2003)
Vinícius (2001)
Tucuma (1999)
Amor Brasileiro (1998)
Sol Na Cara (1996)
Tigres de Bengala (1993) (com Ritchie e Cláudio Zoli)
Rio Negro (1991)
Nu Brasil (1986)
Siga-me (1985)
Sutis Diferenças (1984)
Gávea de Manhã (1983)
Vinícius Cantuária (1982)

" CLUBE DA ESQUINA "


Clube da Esquina foi um movimento musical nascido na década de 1960 em Minas Gerais.
O Clube da esquina surgiu da grande amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), na Belo Horizonte dos anos 1960, depois que Milton chegou à capital para estudar e trabalhar. Milton acabara de chegar de Três Pontas, cidade onde morava a família e onde tocava na banda W's Boys com o pianista Wagner Tiso; com Marilton foi tocar na noite, no grupo Evolussamba. Compondo e tocando com os amigos, despontava o talento, pondo o pé na estrada e na fama ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira e ao ter uma de suas composições, "Canção do sal", gravada pela então novata Elis Regina.

Aos fãs dos Beatles e The Platters novos integrantes vieram juntar-se: Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Beto Guedes e o letrista Fernando Brant. O nome do grupo foi idéia de Márcio que ao ouvir a mãe perguntar dos filhos, ouvia a mesma resposta: "Estão lá na esquina, cantando e tocando violão." Em 1972 a EMI gravou o primeiro LP, Clube da Esquina, apresentando um grupo de jovens que chamou a atenção pelas composições engajadas, a miscelânea de sons e riqueza poética.

Todos os seus integrantes engajaram numa carreira solo de sucesso, além da formação do grupo 14 Bis, que também fez muito sucesso desde a criação de O Terço.
Considera-se que seus principais participantes tenham sido Tavinho Moura, Wagner Tiso, Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta, Márcio Borges, Ronaldo Bastos, Fernando Brant e os integrantes do 14 Bis, entre outros.

Discografia

Clube da Esquina 1972
Clube da Esquina 2 1978

" LÔ BORGES "


Salomão Borges Filho, mais conhecido como Lô Borges
(Belo Horizonte, 10 de janeiro de 1952)
é um cantor e compositor brasileiro.
Foi um dos fundadores do Clube da Esquina, grupo de artistas mineiros que marcou presença na música popular nas décadas de 1970 e 1980.
É co-autor, junto com Milton Nascimento, do disco Clube da Esquina, de 1972,
que se tornaria um marco na música popular brasileira.
Entre suas composições mais famosas destacam-se, entre outras, Paisagem da Janela, Para Lennon e McCartney, Clube da Esquina n.º 2 e O Trem Azul.

É considerado um dos compositores mais influentes da música brasileira,
tendo sido gravado por Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini e até por ídolos do pop-rock, como Nenhum de Nós, Ira!, Skank e Nando Reis, entre outros.

Discografia

1972: Clube da Esquina
1972: Lô Borges
1979: A Via Lactea
1980: Os Borges
1981: Nuvem Cigana
1984: Sonho Real
1987: Solo - Ao Vivo
1996: Meu Filme
2001: Feira Moderna
2003: Um Dia e Meio
2006: BHanda
2008: Intimidade
2008: Harmonia

" BETO GUEDES "


Alberto de Castro Guedes, mais conhecido como Beto Guedes
(Montes Claros, 13 de agosto de 1951), é um violonista,
cantor e compositor brasileiro.
Desde a adolescência tocava em bandas e aos 18 anos participou do V Festival Internacional da Canção, com sua composição Feira Moderna, em parceria com Fernando Brant. Tendo a música mineira como uma de suas principais influências (ao lado do rock dos anos 1960 e dos choros que o pai seresteiro compunha), participou ativamente do Clube da Esquina, que projetou nacionalmente os compositores mineiros (de nascimento ou de coração) contemporâneos como Milton Nascimento, Lô Borges, Fernando Brant e o próprio Beto Guedes. Foi acompanhado pelo também mineiro grupo 14 Bis e em 1977 lançou o primeiro LP, A Página do Relâmpago Elétrico que superou expectativa comercial. No ano seguinte, o disco Amor de Índio traz na faixa-título o maior sucesso de sua carreira. Em 1986, saiu LP Alma de Borracha pela ODEON, dando-lhe seu 1º Disco de Ouro, ultrapassando a marca de 200 mil cópias vendidas. Atualmente segue a carreira solo, e seus LPs foram relançados no formato de CD pela EMI em 1997. Em 1998 gravou Dias de Paz, uma seleção de releituras que inclui duas inéditas.

Discografia e Maiores Sucessos

1971 - Clube da Esquina (participação)
1973 - Beto Guedes / Novelli / Danilo Caymmi / Toninho Horta
1975 - LP Minas: Milton Nascimento (participação)
1975 - Compacto com Milton Nascimento: Caso você queira saber / Norwegian Wood
1977- A Página do Relâmpago Elétrico
Lumiar (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
1978 - Amor de Índio
Amor de Índio (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
1979 - Clube da Esquina nº2 (participação)
1980 - Sol de Primavera
Sol de Primavera (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
1981 - Contos da Lua Vaga
O Sal da Terra (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
Contos da Lua Vaga (Beto Guedes e Márcio Borges)
Vevecos, Panelas e Canelas (Milton Nascimento e Fernando Brant)
Canção do Novo Mundo (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
1983 - Coletânea - LP Lumiar
1984 - Viagem das Mãos
Quando te Vi (Meredith Wilson - versão de Ronaldo Bastos)
Paisagem da Janela (Lô Borges e Fernando Brant)
1986 - Alma de Borracha
1987 - "Ao Vivo"
1991 - Andaluz
1998 - Dias de Paz
2004 - Em Algum Lugar
Até Depois (Luis Guedes, Paulo Flexa e Thomas Roth)
Sonhando o Futuro (Cláudio Venturini e Lô Borges)
O Amor por Nós (Jimmy Webb, versão: Beto Guedes e Tadeu Franco)
Um Sonho Pra Viver (Renato Vasconcelos e Murilo Antunes)
Outra Manhã (Beto Guedes e Murilo Antunes)
Lamento Árabe (Godofredo Guedes)
Em Algum Lugar (Frederick Rousseau, versão: Fernando Brant)
Eu Te Dou Meu Coração (Beto Guedes, Léo Lopes e Ronaldo Bastos)
Amor de Filho (Beto Guedes e Milton Nascimento)
A Via Lactea (Lô Borges e Ronaldo Bastos)
Tua Canção (Ronaldo Cotrim e Carolina Futuro)
Vem Ver o Sol (Cláudio Faria)
Júlia (Gabriel Guedes)
2005 - DVD e CD Beto Guedes - 50 anos ao vivo

" PENINHA "


Aroldo Alves Sobrinho (São Paulo, 17 de fevereiro de 1953),
mais conhecido como Peninha, é um cantor e compositor brasileiro.
Peninha gravou o primeiro compacto em 1972, mas seu primeiro grande sucesso foi "Sonhos" (1977), incluído na trilha da telenovela
"Sem Lenço, Sem Documento" e com milhares de cópias vendidas.
Músicas compostas por ele já foram gravadas por cantores como Fábio Júnior, Daniel, Alexandre Pires, Roberta Miranda, Paulinho Moska, Caetano Veloso e
Renata Arruda, entre outros.
A canção "Sonhos", seu maior sucesso, além de ter sido interpretada por Caetano Veloso, Paulinho Moska e Elymar Santos, foi regravada também em outros idiomas. Através de Caetano, Peninha conseguiu outro sucesso em "Sozinho", que ao se tornar tema da telenovela da TV Globo "Suave Veneno" vendeu um milhão de cópias em 1999.
A música já tinha sido gravada antes por Sandra de Sá e Tim Maia, e Caetano registrou-a no disco "Prenda Minha".
Em 2001, depois de algum tempo sem gravar, Peninha lançou "Coladinhos", produzido por Manoel Nenzinho Pinto. O trabalho possui 14 faixas, entre canções antigas e inéditas, incluindo "Um Milhão de Fantasias", "O Ritmo da Chuva" e
"Quando Eu Amo É Assim".
Peninha é casado há 25 anos com Valquíria Campos, com quem teve 5 filhos: Luciana, Thiago, Clariana, Willy e Stephany.